quarta-feira, 12 de setembro de 2012

CONFUSÃO ENTRE O SER E A INSTITUIÇÃO


por Pedro Rogério

Já havia decidido a não mais me manifestar sobre o processo sucessório à reitoria da UFPB. Apesar desta intenção, sinto-me obrigado, em defesa da ética que dever reger o comportamento de pessoas que ocupam funções públicas em qualquer que seja a instituição.
Por isso, venho a público repudiar e solicitar que outras pessoas de bem venham se somar a esta indignação, sobre a qual o fato gerador passo a narrar:
Na segunda-feira 11.09.12, quando da realização da reunião do CONSUNI para deliberação de encaminhamento da lista de reitoráveis ao MEC, o Sr. Presidente do Sindicato dos Servidores Administrativos da UFPB - SINTESPB, leu nota de apoio aos integrante da Chapa 1, solicitando que os postulantes fossem empossados. Até aí, tudo bem, se a atitude tivesse sido uma postura isolada do atual Presidente do SINTESPB, enquanto um funcionário comum. Acontece que o mesmo leu a nota em nome do sindicato ao qual representa e não se confunde com ele, ou pelo menos não deveria assim proceder.
O Presidente incorre em algumas infrações graves, do ponto de vista ético:
1 - Confunde a instituição com seus interesses particulares ou corporativos, em se tratando do interesse do grupo que o apoia.
2 - Não deveria confundir o interesse do sindicato com os seus ou os dos seus parceiros.
3 - Mesmo tendo uma significativa parcela de servidores que apoiaram, apoiam, votaram e defendem legitimamente a Chapa 1, não são por eles mesmos/as o próprio sindicato, por isso, não deveriam ter confundido tais posturas.
4 - Há que se perguntar: por que o Presidente e os seus aliados não tiveram igual postura em defesa dos interesses dos servidores de forma igualmente contundente em relação aos pleitos durante a recente greve?
Por que o Presidente não utiliza a representatividade - agora comprometida pela parcialidade - em defesa dos servidores da instituição pela ampliação de vagas para novos servidores e pela redução dos contratos de prestadores de serviços, precarizando a mão-de-obra e os salários desses trabalhadores explorados triplamente?
Por que o Presidente não defende a autonomia da instituição frente a judicialização do processo de sucessão à reitoria da UFPB, implementado de forma arbitrária pelos mesmos integrantes da Chapa 1?
Por que o Presidente do SINTESPB não utiliza do seu cargo em defesa da ocupação de cargos típica e legitimamente da esfera administrativa nas funções gratificadas da gestão na UFPB?
Por que o Presidente do SINTESPB não publica nota no CONSUNI e em outros fóruns da UFPB em defesa e pelo respeito dos servidores administrativos que amargam a diferenciação funcional imposta pelos professores?
Afinal, há que ter em conta que a defesa intransigente dos interesses dos servidores é a principal função do sindicato e OBRIGAÇÃO de seus representantes eleitos. Ou seja, a nota lida e publicada pelo Presidente do SINTESPB, no mínimo, é irresponsável, precipitada, parcial e tendenciosa. E, não se pode justificar que a decisão de publicação da nota tenha sido uma deliberação da assembleia dos servidores.
Espera-se que um Presidente tenha capacidade para discernir entre o que é certo e o que seja irresponsável. Agindo deste modo, pode-se esperar independência do sindicato numa possível gestão da Chapa 1 ou de qualquer outra chapa à qual se vinculem os interesses independentes do sindicato? O que esperar de um sindicato atrelado à gestão?

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